13/10/2017

.



Já faz tempo desde que estacionei meu olhar no teu pela última vez, já tem dias que não repouso meu corpo nos teus poros, nem misturo minha respiração na tua. Tem vez que me pego te ouvindo, em pensamento. Chego a delirar, ao escutar o som doce que sai da tua boca. Em ti, existe um conjunto de predicados que me aliciam, que me prendem e dominam. Os teus olhos, lindos e grandes, são, para mim, como uma letra do Chico. Com os quais eu me embriago (sem sequer uma gota de álcool), só em ouvir. Sim, eu ouço os teus olhos, quando encabulados e medrosos me falam, quase que em gritaria, que é aqui, em mim, o lugar no qual deseja repousar teu cansaço e cessar tua angústia. É uma lastima, algo tão imensurável e verdadeiro ter sido negligenciado no meio do caminho. Meu peito arde, queima e se apaga em decesso por te ver desdenhar tanto amor.

Beth, Eu Mesma.

Tenho gritado por teu nome, em silêncio

Tenho tentado correr depressa, pra fugir dos golpes (nada pacíficos) da tua indiferença, mas lembro que corrida nunca foi o meu exercício preferido e, no entanto, o qual tenho péssimo rendimento. Assim tenho passado minhas horas, procurando pensar em outras coisas, em outras pessoas e, arrisco falar, em outras oportunidades (elas me rodeiam a todo instante), mas no final das contas é com a tua imagem que me deparo. Tenho passado meu tempo procurando vazios pra preencher meu interior (que é tão vasto). Tenho gritado por teu nome, em silêncio. Quero beber, pra afogar, na cerveja, a tua lembrança, que desce, rasgando minha garganta (porque, na verdade, estou engolindo a tua falta). Sinto a necessidade de fumar, mas no cigarro que acendo, te trago comigo. 


Beth, Eu Mesma.

Silêncio, por favor...

Me pego, vezenquando, em silêncio. Me vejo, vez ou outra, em plena solidão. Não que falte pessoas ao meu redor. Quase sempre existe gente por perto. Mas é que nem toda companhia me trás a sensação de que estou acompanhada. A minha solidão, geralmente consiste em estar sozinha, mesmo rodeada de pessoas, de vozes, de diálogos, de barulho, MAS SÓ. Quanto ao silêncio, não me incomodo, desde que possa escrever. Escrevendo eu imortalizo a alma, eu converso comigo, eu eternizo minha essência. E isso me deixa infinita.
Beth, Eu Mesma.