02/08/2012

Eu...

Não me dou paz sequer um segundo. Medo imenso de perder as amizades, de apertar demais as palavras e estragar o suco, de ser violento com a respiração e virar asma. Até a minha insegurança é amor. O pente nos meus cabelos é faca enquanto é garfo para os demais. Sofro incompetência natural para medir a linguagem das laranjas, acredito desde pequeno que tudo o que cabe na mão me pertence. Minha lareira não dura uma noite, esqueço da reposição das tachas, do envolvimento da lenha no jornal, de assoprar o fundo. Brigo com o bom senso. Ou sinto calor demais ou sinto frio demais. Uma ânsia de ser feliz maior do que a coordenação dos braços. Um arroubo de abraçar e de se repartir, de se fazer conhecer, que assusta. Parece agressivo, mas é exagerado. Conto tragédias de forma engraçada, falo de coisas engraçadas como uma tragédia. Nunca o riso ou o choro acontece quando quero. Cumprimento como se fosse uma despedida. Desço a escada de casa ao trabalho com resignação, mas subo na volta pulando os degraus. Esse sou eu: que vai pela esperança da volta.

.Fabrício Carpinejar

Vai sarando

"Admito que doeu, que me sufocou. 
Admito que eu não sabia pra onde correr.
Admito que me consumiu, que me corroeu, que me despedaçou. 
Mas também admito me fez olhar pra frente e entender que tudo nessa vida tem uma razão.
E que se você se machuca muito, começa a não doer mais tanto e vai sarando."
 
.Caio F

Heart is broken!

Tudo anda amassado:
O moletom.
O cabelo.
Os poemas.
O coração.
” 

Alexandre Santos.