Espera, medo, desejo, paixão. Não sei ao certo. É algo misto, é confuso, mas é gostoso. Meus pés andam em direção a saída, mas meu corpo não obedece, minha razão fala:sai, mas o coração (tão escondido, quase sempre) diz: tenta. É uma mistura de bem estar e vontade de ficar, é um desejo de voar nesse precipício, acompanhado do pavor de me machucar. Chegou, eu nem pude dizer não. E olha que o meu mundo tava fechado pra visitação. Mas você escancarou as portas, entrou, sentou e a cada dia que passa, só passa tua imagem frente à minha visão. Aliás, todos os meus sentidos te seguem, nem se quer mais me obedecem. E o que fazer com essa incontrolável vontade de continuar, com essa necessidade de me expressar. Logo eu, tão decidida, me vejo perdida. Mergulhada no meu mar interior, afogada em dúvidas. Me solta. Deixa eu recuperar meus sentidos. Me deixa minha de novo (ou segura mais forte e me faz tua).
Geralmente sou ativa demais em relação ao sentir, ao querer sentir, ao querer escancarar, ao querer estar apaixonada por algo, por alguém, ao querer me sentir importante pra alguém, desejada por alguém. Isso costuma me acender, me mover. A paixão sempre me moveu, a paixão pelas coisas e pelas pessoas. Se pra eu ser/me sentir feliz eu precisar caminhar por um ano sem descanso é exatamente isso que vai acontecer e vou fazer questão que tenha uma plateia olhando tudo, meu ascendente em leão sempre ficou muito em evidência pro mundo. Mas hoje acordei com um sentimento diferente, uma visão diferente, um querer incomum, atípico pra mim. Hoje a calmaria bateu na minha porta, to comigo e só comigo, to fechada para os holofotes e para os olhos que me viam ou costumam me ver através do farol apontado pra mim. To serena. To bem comigo. A pessoa que eu procurava eu encontrei hoje, quando olhei para o espelho, de manhã.
Albano, Beth.
