15/11/2017

Começa, sempre que chegar ao fim.

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A vida aperta, sufoca, escurece e depois afrouxa. Tem dias que estou em um buraco negro e, quando penso que nada pode piorar, começo a ver muita água descer para dentro dessa fenda, me afogando, me deixando a beira do fim. Aí percebo que o terrível pode se tornar uma solução, quando me permito visualizar por um outro ângulo. Percebo que a água entrando pode me levar a margem dessa escavação. Descubro que que sempre terei opções. Entendo que nem tudo é tão ruim quanto parece. As vezes demora um pouco para que eu reconheça que não vou sepultar-me ali, mas sempre concluo que o fim, na verdade, é mais um começo, mais um dos muitos começos que agarrei, na vida. Sou marcada por depreciações, decaídas, desmoronamentos, involuções, ruínas e muitos finais. Mas também por vencer, incontáveis vezes, tudo isso. Por vezes me sinto no direito (se é que tenho algum) de amaldiçoar tudo: a vida, a droga do destino, o peso de ser quem sou. Mas lembro que a única coisa que posso realmente fazer a respeito é agradecer, pela resiliência que está entranhada no meu ser. E acreditar que existe um propósito, mesmo que eu não o consiga ver.

Beth, Eu Mesma.🌵