Depois de um ano difícil, cheio de desafios, cheio tropeços e quedas, que me renderam machucados expostos, que me deixaram o peito em carne viva, decidi abrir todas as minhas janelas, pra conseguir ver o mundo que não me servia mais e, assim, fechar um ciclo, para poder, de novo, renascer. Por isso, com o coração mais sossegado, estou me perdoando por todas as decisões erradas, por (em certos momentos) não ter enxergado a mulher incrível, determinada, inteligente, bonita e empoderada que sou. Estou me perdoando pelos dias que, lá fora, estavam vestidos de sol, enquanto aqui dentro chovia uma tempestade. Pelas vezes que fechei meu coração para o novo, pensando no velho.
Nesse momento eu só quero ouvir o silêncio, para que eu possa sentir o meu peito batendo, sentir a vida cheia de cores que existe pela frente, sentir o barulho dessa vida que, em algumas curvas desse ano, ficou muda.
Eu desejo abrir minha memória não para o passado, mas para as lembranças do futuro que me aguarda. Saber que ainda há muito para ser descoberto. Mudar as coisas de ordem, dar lugares novos para as novas certezas. Lembrar do futuro, abrir as portas para o que há de vir.
A fome do recomeço me faz despedir do que passou. Belchior diria: ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro. Eu diria que ano passado eu morri, para que eu pudesse renascer agora e, caso seja necessário eu morrerei de novo e de novo e de novo esse ano e renascerei quantas vezes for preciso. Por que essa sou eu. A garota que já viu a morte de frente inúmeras vezes, mas a enganou e voltou a viver.
Me refaço.
Sei que posso ser melhor. Sei que posso sentir o gosto doce de viver bem comigo mesma e sei, é claro, que o amargo também chega e tudo bem, dessa vez é agridoce.
Tenho feito alguns planos e preparado palavras otimistas para as festas dentro de mim. Vai ser divertido.
Sintam-se convidados
Beth, Eu Mesma.
🌻
