14/07/2012

Vem... ♥

“Eu usaria meu vestido mais bonito, nós poderíamos seguir a rima de a Valsinha. Sairíamos rua a fora, numa noite estrelada, e ao fundo a voz de Chico nos embalaria. Ao pé da letra. Não poderia ser diferente, afinal, tu és fã fiel de Vinicius, e Chico que fez parte da minha vida, como da nossa história. Tudo se encaixa, inclusive nossos dedos. Eu rodaria a noite inteira contigo, conheceria a constelação, desde que você me abraçasse. Me embriagaria nos teus beijos, e não me importaria de acordar todos da cidade. Nem que as luzes se acendessem e janelas fossem escancaradas, porque as portas principais já haviam sido abertas, os dois corações. Nossos braços estariam enlaçados e pés também. Seguiríamos o mesmo passo. Que bonito teus olhos sobre os meus.
Mas o nosso romance não saiu do papel. E a cidade não amanheceu, ainda é noite, e ninguém compreenderá. Que ilusão a minha. Já não tenho mais o ritmo, a música repetida, ainda toca no rádio antigo, enquanto insisto em sonhar acordada. Visões distorcidas e as imagens não são mais coloridas. A rua vazia é testemunha da fantasia, a dança de par, virou ímpar. Cinzas. Um leve devaneio, sem compasso. Não consigo acompanhar a melodia sozinha, venha dançar comigo?
Esquece a razão, porque têm Vinicius e Chico, tem eu, vestido e Valsinha, coração. Só falta você.”

Luíza Miranda, Valsa no singular nunca é inteira, falta a outra metade. Eu não sei dançar sozinha, nem com outro alguém, a “Valsinha”, não. Não sem você.

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